sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O sofrimento de uma filha rebelde

Meus amigos, acho que ainda não contei a vocês aonde estou trabalhando atualmente. È numa casa, ou melhor, num apartamento. Mas é um apartamento grande, bem grande mesmo, na cidade de Niterói. Mas não fiquem achando que estou de secretária de algum velho solteirão não, hein. Eu trabalho em casa de família, uma família típica, tradicional e muito boa.

Um pai, muito trabalhador, uma Mãe, mulher linda e super de bem com seu corpo. Uma filha, garota autêntica e de personalidade forte e um filho, garoto por demais inteligente. É claro que ninguém aqui é perfeito e, volta e meia, ocorre um ou outro fato curioso. Foi um destes, ocorrido nessa semana, que me motivou a escrever o post de hoje.

Na cozinha da casa eu terminava de aprontar de um empadão que preparava quando passou, zunindo por mim, a mãe. Trazia um sacolão plástico cheio de não sei o que dentro. Jogou a sacola na área de serviço e disse: - é lixo tá, Maria?! - Ta bem senhora, mas esse lixo é o que?! - Não é nada não, só umas roupas velhas... Mas vê se põe isso pra fora logo, por favor. - Pode deixar, dona. Assim que acabar com a comida eu dispenso a lixarada.

Quando pus o Empadão no forno fui fumar o meu cigarrinho escondida. Já estava como o isqueiro não mão quando ouvi a fechadura girando. Não deu cinco segundos e a filha, chegando da escola, passou na porta da cozinha. - Oi Maria, Bom dia. Escondi a mão atrás das costas. - Bom dia minina, Foi bem de escola? - sim, sim. Muito obrigada.
A garota foi pro interior da casa eu voltei pra área de serviço. Já ansiosa pra fazer uma fumacinha. Quando coloquei a cabeça pra fora da janela ouvi logo o grito. “ Nãããããoooooo!” Era a filha se esgoelando feito doida. Nisso a mãe entra na cozinha, vê a sacola ainda no chão da área e diz pra mim. - esconde esse saco, Maria, esconde.

Eu como sou empregada tenho que obedecer né?! Me tranquei no meu quartinho e resolvi abri a sacola. Enquanto isso podia ouvir o pega pra capar que acontecia na sala. “ caralho mãe! você é muito escrota, quero minhas camisas de volta!” e a Mãe dizia “Agora a Maria já jogou fora minha filha, não tem mais jeito. E vê se cobre logo esses seios garota. Para de ficar andando nua pela casa!”

Hahai. Daria tudo pra estar vendo a discussão na sala, devia estar fazendo até morto gargalhar. Eu sei que pelo menos eu ria pra diabo. Quer dizer, fiquei um pouco atribulada depois, pensando no que a mãe disse. Eu ainda não tinha jogado nada fora. Foi ai que comecei a olhar a blusas. Lá fora a discussão continuava. A filha dizia que ia se mandar de casa, e coisa e tal, coisa e tal. E eu pegando blusa por blusa no meu quartinho.

É bem verdade que as camisas eram feias, feias que dói. Todas pretas e com umas estampas de monstro cabeludo que mais pareciam a fotografia do chupa cabra. Agora eu tenho a obrigação de dizer, velhas as blusas não estavam, estavam em muito bom estado. Daí me deu uma peninha da minina. Ela brigando com mãe, desesperada por causa das blusas que ainda estavam bem ao alcance dela.

Fiquei com uma dor no peito que foi fruto de uma dúvida cruel. Será que eu saía e dizia a verdade pra minina? Ela ia ficar tão feliz. Já estava de pé quando pensei melhor. “ A dona Senhora vai ficar uma fera se eu fizer isso”. Aí lembrei que essas blusas dão a maior trabalheira pra limpar. Se eu lavar na maquina as estampa se desbotam, e se eu passar a ferro quente a estampa se derretem. Aquelas blusas eram ruim que só preu trabalhar. Daí não tive mais dúvida. Deixei a sacola escondidinha no meu quarto.

Quando for o fim de semana eu levo embora. Aí faço um bazar na praça perto lá de casa.
Quem quiser que apareça hein.
Vou vender baratinho.
Hahaí!
Beijoquinhas

3 comentários:

ChacaL disse...

Pô, Maria!
Tu fazendo fumacinha com a casa pegando fogo???
rsrs

quando rolar o bazar, avisa!

Marcel Vieira disse...

Maria, Maria, me diga: sai um cafezinho?

Clarisse Fernandes disse...

esse bazar deve ser bom